18 de fevereiro de 2010

Dilma 'consagraria Estado na economia', diz 'El País'

A pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff

Para Dilma, Estado é peça central no desenvolvimento econômico

Uma reportagem publicada nesta quarta-feira no jornal espanhol El País avalia que o projeto político que a pré-candidata e ministra Dilma Rousseff, que será apresentado em um encontro nacional do PT nesta semana, "consagra uma maior e mais decisiva presença do Estado na economia brasileira".

A nota é assinada pelo correspondente do jornal no Rio de Janeiro, Juan Arias, que também escreve uma análise para a página da publicação na internet. Nela, o jornalista avalia que a ministra está "mais à esquerda" e é "mais estatizante" que Lula.

"Para Rousseff, o grande desafio, se ganhar as eleições será 'superar o peso de 25 anos de estancamento da economia e das políticas econômicas'. Nesses 25 anos coloca também os oito do governo Lula, embora seja rápida para notar que ‘com Lula aprendemos o caminho", escreve o analista, em sua nota na internet.

A atual ocupante da pasta da Casa Civil será proclamada como candidata do PT à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante o 4º Encontro Nacional do partido, entre os dias 18 e 20 próximos.

"Para Rousseff, ex-guerrilheira, mais à esquerda de Lula, o Brasil necessita de um Estado mais forte na economia, não apenas para atrair investimentos, mas para realizar obras", analisa Juan Arias.

Entre os objetivos que requereriam uma maior intervenção estatal estaria a universalização do acesso a serviços básicos (27% da população ainda necessita de saneamento, segundo a matéria), a melhora da segurança pública e o aumento da oferta de moradias.

Celso Amorim

O artigo no jornal impresso acompanha uma entrevista de página inteira com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. Nela, o ministro diz que "seria um erro pensar que são os Estados Unidos quem estão resolvendo a crise no Haiti".

Amorim lembra que o Brasil elevou de 2,2 mil para 2,6 mil o efetivo de militares realizando tarefas humanitárias e de paz na nação caribenha, e conta que o país está, junto com o Chile, estudando um projeto para reconstruir a sede do Palácio Presidencial, que veio abaixo no terremoto de janeiro.

Amorim também relata o impasse desde a eleição de Porfírio Lobo para a presidência de Honduras, que desagradou o governo brasileiro.

Questionado se o Brasil reconhece o novo governo – o país queria a restituição do presidente deposto, Manuel Zelaya –, o ministro respondeu: "O processo de reconciliação não está encerrado e uma boa medida seria a de permitir que Zelaya possa voltar a participar da vida política em seu país."


Aspirina reduz risco de morte em vítimas de câncer de mama, diz estudo

Aspirina

Aspirina seria benéfica porque previne inflamação das células do corpo

Um estudo americano sugere que a aspirina pode reduzir pela metade as chances de uma mulher que completou o tratamento contra o câncer de mama voltar a desenvolver a doença ou de o mal se espalhar por outras partes do corpo.

Durante 26 anos, um grupo de pesquisadores da Universidade de Harvard monitorou a saúde de 4.164 enfermeiras que haviam sido diagnosticadas com câncer de mama e tomavam aspirina regularmente e comparou seus quadros clínicos com o de outras pacientes que não usavam o medicamento.

Segundo a pesquisa, comparadas às mulheres que não tomavam o medicamento, as que tomaram aspirina de duas a cinco vezes por semana reduziram em 60% as chances de metástase e em 71% o índice de fatalidades devido ao retorno da doença. Já as que tomavam semanalmente seis ou sete comprimidos reduziram em 43% a probabilidade de o câncer se espalhar e em 64% de morrer.

"Até onde sabemos, esse é o primeiro estudo que reporta um aumento na taxa de sobrevivência das mulheres com câncer de mama que tomam aspirina", escreveu Michelle Holmes, da escola de medicina de Harvard, em um artigo publicado no Journal of Clinical Oncology.

O estudo, porém, não foi capaz de especificar porque a aspirina tem esse feito sobre as pacientes. Os médicos suspeitam que pode ser devido a habilidade do medicamento de reduzir a inflamação das células do corpo, mas ressaltam que mais estudos são necessários.

Holmes ressaltou que nenhuma paciente deveria substituir o tratamento normal contra a doença pelo uso de aspirina.

Os especialistas ressaltam também que não é recomendável ainda que portadoras da doença passem a tomar aspirina regularmente, porque a droga tem efeitos colaterais, como o estímulo de sangramentos.

Holmes explica que mais de 2 milhões de americanas portadoras da doença já tomam a aspirina regularmente para prevenir ataque cardíaco.

"Se uma mulher que teve câncer de mama já está tomando aspirina, ela pode se confortar sabendo que talvez ela está ajudando a prevenir a recorrência de sua doença", completou Holmes.

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