INTEGRANTES DE GRUPO DE EXTERMÍNIO SÃO CONDENADOS A 132 ANOS DE PRISÃO
Os réus foram julgados e condenados por duplo homicídio na madrugada de 5 de abril de 2005.
O Conselho de Sentença do Tribunal do Júri considerou culpada pelos crimes de homicídios praticados contra Lucivaldo dos Santos Rodrigues e Naiana Marcel Nascimento, a quadrilha chefiada pelo ex-cabo da Polícia Militar, Rilson Gibson dos Santos. Segundo denúncia ofertada pelo Ministério Público do Estado, e com base nos autos do processo, o crime ocorreu por volta das 3h30 da madrugada de 5 de agosto de 2005 no bairro Jardim Felicidade - zona norte da capital.
O cabo foi apontado como sendo o mentor e executor direto do duplo homicídio. As vítimas foram mortas com vários tiros. Em sentença, o juiz de direito João Guilherme Lages condenou Gibson Belo a 16 anos de prisão pelo assassinato de Lucivaldo. Mesma sentença aplicada pelo crime de homicídio contra Naiana. Ele ainda teve como agravante o crime de formação de quadrilha que resultou em mais um ano e três meses de condenação. Somadas as penas o ex-Cabo terá que cumprir no presídio estadual a pena total de 34 anos e três meses de reclusão. Gibson ainda teve anunciada a perda do cargo de servidor público que atuava na área militar.
Além do Cabo Gibson também foram julgados no mesmo processo os irmãos Renato e Josimauro dos Passos Correia e Wellington do Nascimento Cordeiro. De acordo com a peça processual os irmãos acompanharam o Cabo até a residência das vítimas dando cobertura para o crime. Renato - que já tinha antecedentes criminais foi sentenciado a cumprir pena de 33 anos e dois meses de reclusão. Josimauro dos Passos teve pena fixada em 29 anos e dois meses de prisão, ambos em regime inicialmente fechado.
Wellington do Nascimento que atuava como motorista do grupo - cuja interpretação da Promotoria teve atuação fundamental ao levar os criminosos até a cena do crime e dar-lhes fuga após os fatos, foi sentenciado a cumprir pena de 35 anos e seis meses de reclusão. Segundo o Juiz Guilherme Lages, no início Wellington surgiu como relator, propondo-se a colaborar com a aplicação da justiça. Mas no dia de seu julgamento se retratou, criando estória de que teria sido torturado pelo Promotor de Justiça Afonso Pereira.
"A atitude deste acusado atenta contra a administração da justiça, embora possua o direito de mentir por ser réu em processo criminal. Porém, isto não lhe dá o direito de jogar lama no bom nome das instituições públicas", afirmou Guilherme Lages. Somadas as penas de todos os envolvidos resultam em 132 anos de prisão. O ex-policial militar foi denunciado em outros crimes de homicídio que supostamente teriam sido executados com a ajuda de mais seis elementos. Gibson Belo foi denunciado pela Promotoria de Investigações cível e Criminal (PICC) de comandar um grupo de extermínio no Estado.
Em abril de 2008 o Promotor Flavio Cavalcanti (PICC) disse que Gibson vinha sendo investigado pela Promotoria desde maio do ano anterior quando ele (o ex-militar) teria comandado uma ofensiva que resultou na morte de Reney Barreira Correa. Um menor que mesmo levando dez golpes de faca conseguiu sobreviver passou a ser testemunha chave no caso
Fonte: Diário do Amapá (por Elden Carlos)
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