16 de outubro de 2009

PROBLEMAS


Depois da tempestade, vem a bonança. E qualquer pessoa, com o mínimo de experiência, consegue ver o armário embutido: depois da bonança, vem a tempestade.

É difícil alguém passar um ano sem que lhe apareça um problema. Não uma dificuldadezinha qualquer, daquelas que acontecem duas ou três vezes ao dia, mas um problema digno de você se lembrar da palavra Matemática, para o melhor ou para o pior.

A nossa primeira reação é: "Por que aconteceu isso comigo?". Este sentimento de injustiça talvez seja a grande prova de que nós, seres humanos, temos o desejo de ser felizes, ou pelo menos de levar uma vida tranqüila.

Aos poucos, vendo que nossa simples resistência é inútil, que não vai resolver a situação, aceitamos que estamos vivendo um problema que precisa ser solucionado. É a hora em que caímos em nós mesmos, em que paramos de pensar que alguma coisa caiu em nós.

Depois, começamos a nos encantar com o problema, a senti-lo como um desafio. A nossa amargura vai sendo trocada pela diversão de estudar o problema, de observá-lo pelos mais diferentes ângulos, de trocar informações sobre ele com parentes, amigos, amores, terapeutas, 0900, suporte técnico e até com o próprio Deus.

Então vem a fase final: a vitória. Na pior das hipóteses, conseguimos sobreviver. Na melhor, temos a sensação de grandeza, de sermos heróis do nosso próprio destino, de termos descoberto a lâmpada elétrica, o espinafre, o amendoim... Sentimos o impulso de gritar "Shazam!", "Eureka!".

O problema, agora já minúsculo e bem no passado, foi o impulso inicial, o chamado de Deus, o motor de nossa superação, a rampa para o nosso vôo. Temos a mais plena confiança de que o problema não só não era mau como era necessário.

Estamos, enfim, felizes por ter resolvido um problema que, para começo de conversa, não devia nem ter aparecido.

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